Quando te perdi ganhei uma nova vida
- Bruna Sofia
- 20 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de set. de 2020

Desde muito nova que lido com o divórcio dos meus pais e isso é um assunto que para mim é de extrema importância nos dias que decorrem, pois existem diversos casos de jovens que têm de lidar com isto todos os dias e vem a ser um assunto cada vez mais falado na atualidade, visto que existem cada vez mais casos de separações conjugais com filhos em comum.
Quando os meus pais se separaram foi uma GRANDE e NOVA adaptação para mim. O meu pai foi morar para França durante o divórcio e quem ficou com a minha guarda foi a minha mãe, pois eu nunca imaginei ir morar com o meu pai para tão longe e muito menos ficar longe da minha mãe e da minha irmã. Logo ai se tornou tudo diferente.
Ao início tudo me fez confusão e eu ainda não conseguia compreender o que se estava a passar, pois sempre fui uma criança habituada a ter a atenção dos pais voltada a 100% para mim e de um momento para o outro sem eu dar conta, tudo isso se desmoronou. O meu pai foi deixando de me ligar, deixando de mandar mensagens, foi deixando de vir a Portugal nas suas férias, de dar dinheiro à minha mãe para as minhas despesas e no decorrer de tudo isto, deixou de se preocupar comigo.
O tempo foi passando por mim, fui crescendo e ganhando uma nova vida, uma nova maneira de ver o mundo à minha volta. Fui dedicando mais atenção a quem o merecia e fazia por isso, fui dando prioridade ao que era importante e deixando para trás o que já não fazia diferença, fui deixando de me preocupar com quem não se preocupava comigo, fui deixando de ligar a quem não me ligava e fui sendo aos poucos cada vez mais feliz do que nunca.
Se me arrependo de alguma coisa? Arrependo-me de muitas coisas, mas de todas as decisões anteriores que tive de tomar, nunca.
Na minha “nova” vida, tenho pessoas que me amam, que me fazem feliz, que completam os meus dias, que se dedicam a mim por inteiro, que estão lá quando mais preciso, que estão lá para festejar todas as minhas conquistas diárias, que não me deixam faltar com nada, que me incentivam todos os dias para eu ser mais e melhor do que o que tu foste e o mais importante, fazem com que eu não fuja às minha responsabilidades como tu fugiste. Por este mesmos motivos posso dizer-te com toda a certeza que na minha nova vida tu já me perdes-te à muito tempo, que nunca vais conseguir recuperar todos estes anos perdidos comigo e que nunca fui mais feliz do que sou agora.
Se posso agradecer a alguém é à minha mãe que mesmo sabendo no pai em que te tornas-te nunca me virou contra ti, nem nunca te fez menos homem, por não saberes desempenhar o papel de pai tão bem, quanto ela desempenha o papel de pai e mãe todos os dias, mesmo nem sempre tendo forças para continuar. Por isso mãe, obrigada.
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