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Prematuridade vista aos olhos de quem já passou por ela

  • Foto do escritor:  Bruna Sofia
    Bruna Sofia
  • 17 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 15 de set. de 2020



Este é um tema que nem sempre é falado ou mais especificamente bem falado. Por isso hoje aproveitando que é Dia Mundial da Prematuridade, vou desmistificar um pouco mais este tema e falar da minha própria experiência com a prematuridade.

Como devem de saber um em cada dez bebés nasce prematuro em Portugal. Fora do útero materno, antes de tempo, os prematuros enfrentam uma série de lutas constantes e diárias que os colocam em risco acrescido de não sobreviverem e principalmente de se desenvolverem com problemas a nível neurológico.

Ao longo da sua vida eles vão encontrando obstáculos que se calhar nunca encontrariam se tivessem nascido de tempo, mas como se costuma dizer eles nascem pequeninos, mas ficam grandes homens e mulheres, que depois de ultrapassarem tudo o que tem para ultrapassar se tornam os nossos orgulhos.



No meu caso a minha irmã, nasceu de apenas 7 meses, com 1.700kg e 40 cm de comprimento. Ninguém na família estava à espera deste acontecimento, muito menos que ela ficasse um mês e meio na UCI do Hospital de Sta. Maria, em Lisboa. Por ter nascido tão pequenina, tanto no hospital como amigos de nossos familiares desde o inicio que referenciavam que ela não iria a avante e que se iria dar uma desfecho pior. Mas contra todas as probabilidades a minha irmã está cá hoje para alegrar as nossas vidas e para fazer muitas traquinices. Hoje só tenho a agradecer a essas pessoas que tanto falavam, pois foi por elas tanto nos mandarem a baixo com esses comentários que a minha irmã arranjou forças para recuperar sem problema absolutamente nenhum e ser uma miúda rija e saudável.



Durante o seu crescimento como não podia deixar de referenciar, encontramos alguns obstáculos que fizeram com que o seu desenvolvimento perante as outras crianças não fosse notório. Andou dois anos na fisioterapia do Hospital de Sta. Maria para começar a andar, teve de ser operada quase a nascença porque o seu canal urinário não desenvolveu o suficiente e tem problemas asmáticos derivados da prematuridade. Mas sabem o que para mim se torna mais importante no meio disto tudo ? É que ela sempre teve uma força indeterminável para sobreviver e uma família que sempre a acompanhou em todas as suas necessidades e dificuldades.

Com isto quero dizer a todos os pais que neste momento estão a passar por isto, que estes sacanitas são muito mais resistentes do que o que pensamos e daqui a pouco tempo já vos andaram a por os cabelos em pé e a fazer com que andem sempre a correr a trás deles para não fazerem disparates.

E obrigada, mais uma vez, à equipa do Hospital de Sta. Maria, porque se sobrevivemos a este "momento", só o devemos a vocês.




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